"As leis 10.639/2003 e a lei 11.645/2008 que estabelecem o ensino da História da África, da cultura Afrobrasileira e dos povos indígenas, respectivamente, nos sistemas de ensino de nosso país, são Leis afirmativas que reconhecem a escola como lugar da formação de cidadãos e afirmam a relevância de a escola promover a necessária valorização das matrizes culturais que fizeram de nosso Brasil um país rico, múltiplo e plural que somos".
(Plano Nacional de Implementação das Diretrizes Nacionais para Educação das relações Étnico-Raciais)
Povos indígenas do Rio Grande do Sul: alguns aspectos históricos e contemporâneos.
Nos séculos XVII E XVIII grande parte do território gaúcho era de domínio espanhol e neles foram instaladas missões de jesuítas da Companhia de Jesus que estudaram e documentaram fartamente a língua Guarani desde 1625. Nestas missões os Guaranis atingiram um alto grau de desenvolvimento, mas tornaram-se presas para os bandeirantes paulistas e, posteriormente, fazendeiros paraguaios.
Com a destruição das missões os índios capturados foram levados como escravos pelos bandeirantes (Séc XVII), outros foram levados como mão-de-obra escrava de fazendeiros paraguaios (XVIII), que ocuparam a terra com a extração de erva-mate. Os que não foram capturados fugiram para as matas, juntaram-se a grupos que haviam permanecidos independentes ou foram para o Paraguai e norte da Argentina.
Na época do descobrimento do Rio Grande do Sul, os Guaranis incluíam as tribos Patos, Tapes, Cainguás, Carijós, Arachanes.
A língua Guarani, atualmente, é conhecida como língua oficial da Bolívia e Paraguai, juntamente com a espanhola. No Brasil, há tribos Guranis, em estados como Espírito Santo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
No Rio Grande do Sul existem aproximadamente 15.000 índios que ocupam 0,3% do território gaúcho, enquanto que a média nacional é de 12%, o que é pouco para um povo que carrega em sua história uma relação material e espiritual com a terra e recentemente vislumbraram a possibilidade de deixarem os acampamentos em beira de estradas.
Já os Caingangues (Kaingangs) vivem em locais com 400 até 4.300 habitantes em diferentes áreas. Só na reserva da Guarita 4.300 índios em uma área que se estende por três municípios. Neste local, em 2001 morreram 14 crianças devido a má alimentação; também neste local as denúncias vão desde abuso de comerciantes com dívidas dos índios até a prostituição de meninas.
Os Kaingangs, ou gês, possivelmente são os mais antigos habitantes da banda oriental do rio Uruguai ("kaa"=mato; "ingang"=morador).
Os pampeanos constituíram um conjunto de tribos que ocupavam o sul e o sudoeste do nosso estado, os subgrupos e tribos mais conhecidos entre eles foram os charruas, guenoas, minuanos, chanás, iarós e mbohanes. Todos falavam a língua guíchua, com poucas variações dialetais.
(Texto adaptado por: Staël Soraya da Rosa)