segunda-feira, 16 de junho de 2014

terça-feira, 17 de abril de 2012

População indígena no Brasil.

Distribuídos em 562 terras indígenas, vivem hoje no Brasil cerca de 315.000 índios. São 206 povos (ou etnias), concentrados, em sua maioria - 70% do total -, numa parcela da Amazônia Legal que engloba seis Estados: Amazonas, Acre, Roraima, Rondônia, Mato Grosso e Pará. Além desses, devemos considerar ainda a existência de 40 povos isolados na Amazônia Ocidental.
Em densidade populacional, os seis maiores povos são:
Guarani (sub-grupos Kaiowá, Nandeva e Mbyá): 30 mil (MS, SP, RJ, PR, SC, RS, ES);
Ticuna: 23 mil (AM);
Kaingang: 20 mil (SP, PR,RS,SC);
Macuxi: 15 mil (RR);
Guajajara: 10 mil (MA);
Yanomami: 9.975 (RR/AM).
Quarenta e oito povos conhecidos, além de outros isolados, habitam o Estado do Amazonas, onde há maior concentração de etnias. Nos demais Estados, é a seguinte a distribuição da população indígena:
Mato Grosso - 32 povos; Pará - 27; Rondônia - 22; Acre - 11; Roraima - 9; Bahia e Maranhão - 8;Pernambuco - 7; Alagoas, Ceará e Mato Grosso do Sul: 6; Amapá: 5; Minas Gerais e Tocantins - 4; São Paulo - 3; Rio Grande do Sul, Goiás, Santa Catarina e Espírito Santo - 2; Sergipe e Paraíba - 1.
Obs.
Alguns povos que se distribuem por dois ou três Estados foram citados em apenas um deles.

As Wajãpi e a Arte Kusiwa.

Os Wajãpi habitam a Terra Indígena homônima no Amapá e o Parque do Tumucumaque, no Pará, onde alguns rupos ainda estão isolados. Em sua tradição cultural, os Wajãpi trazem uma infinidade de padrões gráficos que representam partes do corpo ou da ornamentação de animais e de objetos. Esse sistema de representação é chamado Kusiwa. Todos os desenhos recebem nomes e podem ser identificados pelos adultos.A Funai, por meio do Museu do Índio, com a colaboração do Centro de Trabalho Indigenista (CTI), sob a coordenação da antropóloga Dominique Tilkin Gallois, publicou o livro Kusiwa: Pintura Corporal e Arte Gráfica Wajãpi. A publicação resultou de oficinas de desenho da arte Kusiwa realizadas com a participação inteligente e generosa dos Wajãpi.
Segundo narra o livro publicado, na tradição oral dos Wajãpi, a origem das cores e dos padrões remonta dos quando surgiram os ancestrais da humanidade. No início de tudo não existia a cor, nem a forma distinta entre os habitantes do mundo e todos eram iguais entre si, sem qualquer diferença marcada em seus corpos, línguas ou conhecimentos e práticas da vida. De acordo com o mito, a idéia de organizar a vida em sociedade foi do herói Janejar, que promoveu a separação entre homens e animais. Os Wajãpi têm muitas narrativas para explicar como se repartiu o mundo. Todas elas consideram que os animais são importantes e lhes atribuem o ensinamento das diversas técnicas que utilizam para viver na floresta, os cantos e padrões decorativos da arte Kusiwa.

Patrimônio.

A obra trata dessa tradição indígena registrada, em 2002, como patrimônio imaterial do Brasil
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - Iphan lança na terça-feira, 19 de junho, às 19h, na Fortaleza de São José de Macapá, em Macapá (AP), o livro Wajãpi, que trata da arte gráfica e pintura corporal do povo indígena que dá nome ao livro. A obra trata da arte kusiwa, desenvolvida por esse grupo de índios amapaenses, que foi registrada como patrimônio cultural brasileiro em 2002 e, no ano seguinte, incluída na lista da Unesco de Obras-Primas do Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade.
Além de identificar os padrões que compõem essa forma de grafismo, o livro conta a história e as tradições dos Wajãpi e define um plano de salvaguarda da sua cultura, língua e tradições. A população total dessa comunidade indígena foi estimada em 6 mil no começo do século XIX e hoje eles são apenas cerca de 670 pessoas, divididas em 48 aldeias ao norte do Amapá.
Expressão artística
A arte kusiwa é caracterizada pelo uso de urucum, suco de jenipapo verde e resinas perfumadas e apresenta um repertório codificado de padrões gráficos, composto por figuras geométricas e onças, sucuris, jibóias, peixes e borboletas. O repertório se modifica de forma dinâmica, pela própria variação dos motivos e pela apropriação de outras formas de ornamentação.
Os Wajãpi expressam a diversidade dos seres humanos, da flora e da fauna com quem compartilham o universo através das formas de seus desenhos e ornamentações. A sua arte sintetiza seu modo particular de conhecer, conceber e agir sobre o universo. “Tal forma de expressão, complementar aos saberes transmitidos oralmente, afirma, ao mesmo tempo, o contexto de origem e a fonte de eficácia dos conhecimentos dos Wajãpi sobre o seu ambiente”, conta Dominique Gallois, responsável pela pesquisa realizada com o grupo.
Essa tradição gráfica se aplica à decoração de corpos e objetos, envolvendo técnicas e habilidades diversificadas, como o desenho, o entalhe, o trançado, a tecelagem, etc. Sua função principal, no entanto, vai muito além do uso decorativo, pois o manejo do repertório dos padrões gráficos é um prisma que reflete, de forma sintética e eficaz, a cosmologia deste grupo, suas crenças religiosas e práticas xamanísticas.

Agricultura indígena em abril.

Os Munduruku , da fronteira Pará-Amazonas, preparam o solo para o plantio, o que podem realizar também em maio.
       Os Macuxi, de Roraima, fazem o plantio, logo após as primeiras chuvas.
       Os Krahó, do norte de Goiás, realizam o rito da colheita da batata-doce; além da corrida com grandes toras, faz-se a troca de grandes pastelões de mandioca e carne entre as famílias de noivos ou de casais sem filhos.
       No leste do Pará, onde moram os Gaviões, os ouriços da castanha-do-pará começam a cair em menor quantidade até o fim da safra em junho.
       Em Roraima, as estações se invertem: aí chove, quando na Região Centro-Oeste e áreas adjacentes está para se iniciar a seca.

A JURÁ (Casa Wajãpi).

"Os Wajãpi gostam de fazer diversos tipos de casa, têm casas térreas e outras altas. Uma das extremidades é arredondada. Em geral, as casas são abertas de todos os lados.
O material que os Wajãpi usam para construir suas casas é muito variado. Tudo vem da floresta: madeira de diferentes árvores, vários tipos de folhas de palmeira, resinas, cipós. Os Wajãpi não usam pregos. Só usam cipós, amarram bem e, pronto, tudo está no lugar. Cada casa é diferente da outra(...)
A frente tem beirais grandes e, assim, pode-se trabalhar e conversar mesmo quando está chovendo muito.Há tudo o que é necessário numa casa. Para guardar utensílios e alimentos, jiraus altos e baixos.
Sobre o fogo, um moquém serve para preparar a carne e o peixe (...). A maioria das famílias tem sua casa de cozinha no pátio, onde ficam guardados os trançados para processar a mandioca e onde mães e filhas se reúnem para fazer beijús."
A casa foi construída no jardim do Museu como parte da exposição Tempo e Espaço na Amazônia: os Wajãpi, que apresentou objetos, sons, imagens e conhecimentos que integram o patrimônio cultural deste povo indígena do Amapá.

Arte Kusiwa.

O povo Wajãpi receberá mais um prêmio pela Arte Kusiwa, tradição de sua cultura, praticada todos os dias. Os índios Jwa Puru e Kumaré representarão o povo Wajãpi e receberão das mãos do ministro da Cultura, Gilberto Gil, o certificado de Obra-Prima do Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade, conferido para a sua Arte Kusiwa. A cerimônia será amanhã (02), às 14h30, no auditório do Ministério da Cultura. O título foi concedido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), no dia 07 de novembro deste ano, em Paris.
A Arte Kusiwa - pintura corporal e arte gráfica Wajãpi já foi reconhecida como Bem Cultural de Natureza Imaterial, tendo sua inscrição, em dezembro de 2002, sido a primeira no Livro de Registro das Formas de Expressão do Patrimônio Cultural brasileiro. O Museu do Índio, órgão ligado à Fundação Nacional do Índio (Funai), difundiu a arte dos Wajãpi no livro Kusiwa: Pintura Corporal e Arte Gráfica dos Wajãpi, com pesquisa e texto de Dominique Gallois, publicado no ano passado. O diretor do Museu do Índio, José Carlos Levinho estará em Brasília para acompanhar os dois representantes Wajápi.
Os índios Wajãpi, um povo de língua e tradição cultural tupi-guarani, vivem no Estado do Amapá, numa região de serras e florestas. Sua terra foi demarcada e homologada em 1996. São 550 pessoas, distribuídas entre 40 aldeias e está situada próximo ao Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque. A Arte Kusiwa é mais do que uma tradição. É a sua forma de expressão cultural. Os padrões gráficos, com infinitas combinações, são utilizados pelo grupo indígena em pintura corporal, em trançados e em decoração de artefatos. E os traços, que representam animais (peixe, pássaro, borboleta, cobra, jacaré,jabuti etc.) e objetos de uso cotidiano, são feitos com tintas em cuja composição estão sementes de urucum, gordura de macaco, suco de jenipapo verde e resinas perfumadas.

O cultivo do guaraná.

O guaraná- Paullinia cupana- é uma planta nativa da região das terras altas da Bacia do Rio Maués-Açu, precisamente onde é o território tradicional dos Sateré-Mawé, que integram o tronco linguistico Tupi e que habitam a região do médio Rio Amazonas e Pará.
O uso do guaraná é muito comum entre os povos indigenas do vale do Rio Negro e do sul da Venezuela.
Os Sateré-Mawé se vêem como os inventores da cultura do guaraná , isto é, que transformaram uma trepadeira silvestre em planta cultivada.
Além de cultivarem o guaraná , os Sateré também criaram um processo para preparar uma bebida a partir das sementes. Elas são torradas e amassadas no pilão, misturadas com farinha de mandioca até formar uma pasta que, aos secar, transforma-se no bastão de guaraná, duro, marrom ou amarelo açafrão.
Ralado no água, no interior da cuia, fornece o sapó, bebida do dia-a-dia, ritual e religiosa dos Sateré-Mawé.

A culinária indígena.

As sociedades humanas, através das suas culturas, classificam e ordenam o universo a sua volta. A escolha dos alimentos e a maneira pela qual são transformados em comida e servidos são produtos da cultura, expressando a identidade de cada grupo. A culinária de uma sociedade diz muito a respeito de seu povo e de sua relação com o mundo.
Comer é um ato social como tantos outros. É um elemento fundamental para o conhecimento dos povos.
       
COZINHA INDÍGENA
Cada uma das sociedades indígenas brasileiras compõe sua culinária a partir do seu conhecimento e inserção no meio ambiente e de seus padrões culturais. As receitas são variadas, assim como as regras de etiqueta.
A cozinha indígena, de um modo geral, é ao ar livre. A maioria dos pratos é preparada sobre fogueiras, assada sob a terra, envolvida em folhas de bananeira, etc. O tempero parece insosso ao paladar ocidental.
Fonte: Apresentação do catálogo da mostra “O cru e o cozido: cozinha do Brasil”, por Arilza Almeida, 1990.
       A mandioca é a base fundamental da alimentação dos índios, ingerida principalmente em forma de beiju, e tem seu consumo muito ligado a ritos e cerimônias. O peixe ocupa o segundo lugar, vindo depois o milho, a caça e outros produtos agrícolas com pequenas variações de grupo para grupo.
       A coleta de frutas complementa a alimentação indígena.
       Foram muitas as coisas que aprendemos com os índios e que passaram a fazer parte de nossos costumes e que passaram a fazer parte de nossos costumes. Eles nos ensinaram todo um processo de trabalho na apuração de polvilho de mandioca brava, no uso do guaraná, do cacau e da erva-mate.
       A agricultura constitui o principal meio de obtenção de alimentos dos Tupi. Entre as espécies cultivadas, além da mandioca – alimento básico-, algumas não se destinam ao sustento, como o fumo, o algodão, o urucu e o jenipapo, mas estão ligados ao contexto cultural.
       Em setembro, os índios do Alto Xingu iniciam suas roças.
       Quando a criança Tenetehara não se alimenta normalmente, ou por falta de leite materno, usa-se um chá de erva-doce ou um mingau de mandioca, feito de farinha especialmente preparada para este fim


quinta-feira, 22 de março de 2012

Por uma infância sem racismo.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Nomes dos deuses do Candomblé.

Segundo a filosofia religiosa africana. O Criador encontra-se em plano tão superior em relação aos seres humanos e, é de tal forma inexplicável e incompreensível, que inútil seria manter-se um culto específico em sua honra e louvor, já que o Absoluto não pode ser alcançado pelo ser humano em decorrência de suas limitações e imperfeições.
Olorun é o nome mais comumente usado para designar a Divindade Suprema, e esta preferência de uso está ligada à sua aceitação por parte dos islamitas e dos cristãos, que adotaram-no como sinônimo, tanto de Alá, quanto de Jeová.
O termo é fácil de ser analisado e traduzido, uma vez que se compõe de duas palavras apenas: "OI" de Oni (dono, senhor, chefe) e "ORUN" (céu, mundo onde habitam os espíritos mais elevados), formando "Olorun" - Chefe, Proprietário ou Senhor do Céu.
O termo "Olodumare" propõe uma ideia mais completa e de maior significado filosófico. Desmembrando a palavra, encontramos os seguintes componentes: "OI,", "Odú" e "Mare", que passamos a analisar separadamente.
O prefixo "OI" resulta da substituição, pelo "I" das letras "n" e "i" da palavra "Oni" (dono, senhor, chefe), prefixo utilizado, modificado, ou em sua forma original, para designar o domínio de alguém sobre alguma coisa (propriedade, profissão, força, aptidão, etc). Ex: "Olokun" - Senhor dos Oceanos.
O termo intermediário "Odu", possui diversos significados, dependendo das diferentes entonações na sua pronúncia, que no caso é "ôdu" e que reunido ao prefixo "OI", resulta em "Olodu", cujo significado é: "Aquele que possui o cetro ou a autoridade", ou ainda "Aquele que é portador de excelentes atributos, que é superior em pureza, grandeza, tamanho e qualidade".
A última palavra componente, "mare" é, por sua vez, o resultado do acoplamento de dois termos "ma" e "re", imperativo que significa: "não prossiga", "não vá". A advertência contida no termo faz referência à incapacidade do ser humano, inerente à sua própria limitação, de decifrar o supremo e sagrado mistério que envolve a existência da Divindade.
Olofin é também uma das designações da Divindade suprema. Quando em extrema aflição, os nagôs costumam solicitar o auxílio divino, invocando os três nomes: Olorun! Olofin! Olodumare!

Como nasceu Ori.

Ori, em Iorubá significa cabeça.

O Ori está acima dos Orixás, pois nenhum Orixá, nem mesmo Olodumare atenderá um pedido do ser humano, que não tenha sido autorizado por seu Ori.
Conta a lenda que os Orixás e Ancestrais se rebelaram, querendo ter os poderes e a sabedoria do Deus supremo. Como mensageiro nomearam Exu, que levou as reivindicações a Oludumare. Este lhes enviou um poderoso obi e, orientado por Ifá, determinou que após deicá-lo a noite inteira numa encruzilhada, os Orixás e Ancestrais deveriam terntar parti-lo para mostrar seu poder.
Ori era apenas uma pequena bola, que não possuía sequer um corpo para se apoiar, e ninguém o respeitava. Para conseguir partir o obi, procurou Ifá, que o aconselhou a fazer uma oferenda para os Odus, para conseguir a força de todos eles. Além disso deveria espojar-se na poeira do chão por algumas horas.
No dia seguinte todos já estavam preparados para tentar partir o obi, quando chegou Ori, espojando-se na poeira. Um a um os Orixás foram fracassando na tentativa, pois o obi era muito forte e resistente. Ori se apresentou e, como última opção, deixaram-no tentar. Com seu peso caiu sobre o obi, que se partiu em seis gomos. Todos ficaram muito felizes.
Olodumare, ao receber a notícia, imediatamente enviou uma linda almofada, onde Ori se instalou. Dessa forma Ori ganhou um corpo para sustentá-lo. Orixás e Ancestrais exclamaram: ORI APERE!
A partir desse momento, Ori nasceu. Passou a ser dotado de Iwa, a existência, dada por Olodumare, como prêmio por ter sido o único a conseguir partir o FRUTO VENTRE.
** Odus - presságios, predestinação, destinos.
** Os Odus são inteligências siderais que participaram da criação do universo.
** Obi - fruto de palmeira africana/noz de cola.

Orunmilá, o deus do Oráculo.

Conta a lenda que depois de viver na terra por algum tempo, Orunmilá voltou ao céu. Para isso esticou uma longa corda e subiu por ela.
Os seres humanos ficaram totalmente desorientados sem a presença de Orunmilá, pois ele é quem transmitia a vontade de Olorun para os homens, através do Oráculo.
Olokun, deus do mar, aproveitou a situação e tomou quase toda a Terra, tornando-a inabitável. Com pena dos homens, Orunmilá desceu novamente pela corda e colocou as coisas nos devidos lugares, tornando a Terra novamente habitável.