terça-feira, 5 de julho de 2011

Nomes dos deuses do Candomblé.

Segundo a filosofia religiosa africana. O Criador encontra-se em plano tão superior em relação aos seres humanos e, é de tal forma inexplicável e incompreensível, que inútil seria manter-se um culto específico em sua honra e louvor, já que o Absoluto não pode ser alcançado pelo ser humano em decorrência de suas limitações e imperfeições.
Olorun é o nome mais comumente usado para designar a Divindade Suprema, e esta preferência de uso está ligada à sua aceitação por parte dos islamitas e dos cristãos, que adotaram-no como sinônimo, tanto de Alá, quanto de Jeová.
O termo é fácil de ser analisado e traduzido, uma vez que se compõe de duas palavras apenas: "OI" de Oni (dono, senhor, chefe) e "ORUN" (céu, mundo onde habitam os espíritos mais elevados), formando "Olorun" - Chefe, Proprietário ou Senhor do Céu.
O termo "Olodumare" propõe uma ideia mais completa e de maior significado filosófico. Desmembrando a palavra, encontramos os seguintes componentes: "OI,", "Odú" e "Mare", que passamos a analisar separadamente.
O prefixo "OI" resulta da substituição, pelo "I" das letras "n" e "i" da palavra "Oni" (dono, senhor, chefe), prefixo utilizado, modificado, ou em sua forma original, para designar o domínio de alguém sobre alguma coisa (propriedade, profissão, força, aptidão, etc). Ex: "Olokun" - Senhor dos Oceanos.
O termo intermediário "Odu", possui diversos significados, dependendo das diferentes entonações na sua pronúncia, que no caso é "ôdu" e que reunido ao prefixo "OI", resulta em "Olodu", cujo significado é: "Aquele que possui o cetro ou a autoridade", ou ainda "Aquele que é portador de excelentes atributos, que é superior em pureza, grandeza, tamanho e qualidade".
A última palavra componente, "mare" é, por sua vez, o resultado do acoplamento de dois termos "ma" e "re", imperativo que significa: "não prossiga", "não vá". A advertência contida no termo faz referência à incapacidade do ser humano, inerente à sua própria limitação, de decifrar o supremo e sagrado mistério que envolve a existência da Divindade.
Olofin é também uma das designações da Divindade suprema. Quando em extrema aflição, os nagôs costumam solicitar o auxílio divino, invocando os três nomes: Olorun! Olofin! Olodumare!

Como nasceu Ori.

Ori, em Iorubá significa cabeça.

O Ori está acima dos Orixás, pois nenhum Orixá, nem mesmo Olodumare atenderá um pedido do ser humano, que não tenha sido autorizado por seu Ori.
Conta a lenda que os Orixás e Ancestrais se rebelaram, querendo ter os poderes e a sabedoria do Deus supremo. Como mensageiro nomearam Exu, que levou as reivindicações a Oludumare. Este lhes enviou um poderoso obi e, orientado por Ifá, determinou que após deicá-lo a noite inteira numa encruzilhada, os Orixás e Ancestrais deveriam terntar parti-lo para mostrar seu poder.
Ori era apenas uma pequena bola, que não possuía sequer um corpo para se apoiar, e ninguém o respeitava. Para conseguir partir o obi, procurou Ifá, que o aconselhou a fazer uma oferenda para os Odus, para conseguir a força de todos eles. Além disso deveria espojar-se na poeira do chão por algumas horas.
No dia seguinte todos já estavam preparados para tentar partir o obi, quando chegou Ori, espojando-se na poeira. Um a um os Orixás foram fracassando na tentativa, pois o obi era muito forte e resistente. Ori se apresentou e, como última opção, deixaram-no tentar. Com seu peso caiu sobre o obi, que se partiu em seis gomos. Todos ficaram muito felizes.
Olodumare, ao receber a notícia, imediatamente enviou uma linda almofada, onde Ori se instalou. Dessa forma Ori ganhou um corpo para sustentá-lo. Orixás e Ancestrais exclamaram: ORI APERE!
A partir desse momento, Ori nasceu. Passou a ser dotado de Iwa, a existência, dada por Olodumare, como prêmio por ter sido o único a conseguir partir o FRUTO VENTRE.
** Odus - presságios, predestinação, destinos.
** Os Odus são inteligências siderais que participaram da criação do universo.
** Obi - fruto de palmeira africana/noz de cola.

Orunmilá, o deus do Oráculo.

Conta a lenda que depois de viver na terra por algum tempo, Orunmilá voltou ao céu. Para isso esticou uma longa corda e subiu por ela.
Os seres humanos ficaram totalmente desorientados sem a presença de Orunmilá, pois ele é quem transmitia a vontade de Olorun para os homens, através do Oráculo.
Olokun, deus do mar, aproveitou a situação e tomou quase toda a Terra, tornando-a inabitável. Com pena dos homens, Orunmilá desceu novamente pela corda e colocou as coisas nos devidos lugares, tornando a Terra novamente habitável.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Mitos - Atribuições de Ifá.

O povo iorubá conta que IFÁ era um deus que desceu do orun (mundo cósmico, astral, mundo espiritual) com a finalidade de ser o porta-voz de Orunmilá, o deus do oráculo.
Sua missão foi organizar o mundo, ajudar na doença e nos partos, ensinar o uso da medicina e dar orientação aos homens que a ele recorressem, sobre todo e qualquer assunto, valendo-se para isso da interpretação dos odus (presságios).
Ifá chegou ao mundo e percorreu diversas localidades, instalando pelo caminho pontos de consulta. Quando chegou a Ile-Ifé instalou-se e ficou sendo o local para sua adoração.
Ifá conhece todos os idiomas do céu e da terra, sendo assim pode orientar os homens de todos os povos e levar suas mensagens a Olorun.
Era também médico, e até hoje seus poderes são exaltados nos orin e oriki em seu louvor.

Os diversos significados da palavra "Mojubá".

Alguns dão o significado da palavra Mojubá como sendo:
"Apresentando meu humilde respeito!"
No entanto, a palavra é comumente utilizada como um título, um respeito, uma louvação, uma significação de respeito, de reconhecimento da grandeza e magnitude da Entidade.
Ou ainda:
Mojubá é uma saudação, como um cumprimento que se faz a quem se tem respeito, a palavra também é utilizada para dizer que a pessoa é respeitada, portanto também faz analogia com outra palavra "grande". Na Umbanda usamos esta saudação para Exu e Pomba Gira onde dizemos:
"Exu Mojubá ou Exu é Mojubá".
Pode se entender "Exu eu te saúdo" ou "Exu é Grande, te reverencio..."
ABANJÁ na língua Yorubá significa: "Na luta agora já!"

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Sincretismo Religioso nas Festas Juninas.

Os escravos queriam manter suas raízes religiosas, seus costumes, suas tradições, porém era negada sua cultura pelos seus senhores e também pela sociedade que era católica, então para esses escravos cultuarem sua religião eles escondiam seus orixás em baixo dos balcões, e os Santos da Igreja Católica em cima, por isso aconteceu a fusão dos Santos da Igreja Católica para poderem cultuar sua religião. É o caso de São Jorge que é Ogum, Nossa Senhora dos Navegantes que é Iemanjá e tantos outros Orixás e Santos da Igreja Católica.
Santo Antônio, 13 de Junho: Corresponde ao Bará Adgelú. Sua cor é o vermelho, seu dia é segunda-feira. É um Bará calmo, tem o poder de abrir os caminhos e também de fechar; é o Orixá das questões mais imediatas relacionadas ao dinheiro, trabalho, negócios financeiros. Lugar de oferendas é o cruzeiro.
São João, 24 de Junho: Corresponde ao Orixá Xangô Agodô, sua cor é o vermelho e branco, seu dia é terça-feira. Orixá do fogo é simbolizado pelo Machado e pela Balança. É protetor dos que sofrem injustiça. Lugar de oferendas é a pedreira.
São Pedro e São Paulo, 29 de Junho: Corresponde ao Bará Lodê e o Bará Lanã, sua cor é o vermelho, seu dia é segunda-feira. O Bará Lodê é um Orixá da rua, seu assentamento é fora de casa. Também é um Orixá relacionado ao dinheiro e abertura dos caminhos. Lugar de oferendas é o cruzeiro.
Geralmente os filhos de Bará fazem suas obrigações nestas datas, e filhos de Orixá Xangô também. Geralmente os que têm já os seus aprontes, suas obrigações sentas.
A comida de Orixá Bará é o milho de galinha, milho de pipoca, sete batatas assadas, o epeté no meio e sete moedas; é claro que uns Barás se diferenciam de outros, é o caso dos Barás que levam balas de mel em suas oferendas.
A comida do Orixá Xangô é o Amalá, feito com a mostarda, a farinha da mandioca, carne de peito, as bananas e uma maçã. É claro que o Orixá Xangô também tem suas diferenças uns dos outros, que também usamos balas e doces.
Em Uruguaiana existem Templos de Matriz africana da Cultura Câmbinda, jeje, Nagô, e Oyó. É por isso que existem as diferentes correntes aqui e devemos respeitar, pois cada Templo é diferente de outro.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Raízes das Festas Juninas.

Festa junina se confunde com festa de São João. Mas se São João não é o único santo de junho, também não existe só uma festa junina no Brasil. São várias as festas que fazem a alegria dos habitantes dos mais distantes rincões. Cada um à sua maneira, os "arraiás" têm em comum alguns elementos essenciais: a quadrilha, os balões, as banderinhas, a fogueira e - como não poderia faltar - muita comida boa e animação de sobra.
** QUADRILHA - Apreciada nos salões  da França entre os séculos XVIII E XIX, também era dançada na Inglaterra e na Alemanha. Chegou ao Brasil com a Corte portuguesa.  A quadrilha tradicional tem no mínimo 16 pares e é constituída de 30 passos, alguns afrancesados, como anarriê,  e outros bem brasileiros, como o caminho da roça.
** CASAMENTO NA ROÇA - A encenação junina já foi levada a sério no interior do Brasil. Em lugares remotos, onde não havia padres, os noivos, seus pais e padrinhos se reuniam perto da fogueira e realizavam a cerimônia. A união era socialmente aceita.
** ROUBO DA BANDEIRA - Consistia em "afanar" a bandeira dos santos colocada em frente às casas, no alto de um mastro. No dia seguinte, o dono da casa recebia uma carta em que os autores da traquinagem prometiam devolver a bandeira, recebida com festa na véspera de São Pedro.
** TOMAR A FOGUEIRA - Brincadeira comum em estados como Rio Grande do Norte e Pernambuco. Na noite de São João, um grupo de rapazes simula o disparo de armas de fogo para fingir que está "assaltando" a fogueira, e é afugentado pelos moradores.
** FOGUEIRA - Nos cultos pagãos, o fogo era usado para espantar os demônios do frio, da fome e celebrar a colheita, momento em que as pessoas dançavam ao seu redor. A fogueira também é associada ao nascimento de João.
** PAU DE SEBO - De origem portuguesa, é tradicional em cidades do Nordeste. No alto de um mastro lambuzado com sebo (ou graxa) são colocados prêmios. Ganha quem consegue alcançar o topo, depois de muito escorregar.
** BANDEIRINHAS - As bandeirolas em papel fino e colorido, indispensáveis nos arraiais juninos, têm origem nas bandeiras dos santos (São João, São Pedro, Santo Antônio), feitas com tecido bordado e colocadas no alto de um mastro.
** FOGOS - A tradição popular diz que o barulho dos fogos de artifício serve para acordar Sao João, como nos versos da cantiga folclórica "Capelinha de melão"> "São João está dormindo/não acorda, não/acordai, acordai, acordai, João".
** BALÃO - Diz a tradição popular que ele é portador dos desejos encaminhados a São João. Quando o balão sobe, o pedido será atendido. Também é usado para agradecer a intercessão do santo em uma graça alcançada.
** SIMPATIAS - São muito populares as adivinhações para arranjar casamento - ou mesmo para revelações sobre a morte. Existem dezenas de crendices sobre o matrimônio praticadas pelos devotos - principalmente as devotas - de Santo Antônio e também de São João.
** MASTRO - Vem do costume pagão de levantar a "árvore de maio", mês da fertilidade. É uma homenagem aos três santos de junho. Em alguns lugares do Brasil, é enfeitado com flores, frutos, e erguido com músicas e danças.
** MILHO - Colhido em junho, tornous-e a base da culinária junina, no preparo de iguarias como a canjica, a pamonha e o curau. Seu uso maciço nas festas juninas também simboliza a gratidão pela fartura da colheita. 

Isto é São João?

Todo ano, em Campina Grande (PB), acontece a festa considerada "maior São João do mundo", que atrai cerca de dois milhões de pessoas. Entretanto, pouca gente sabe a origem da Festa de São João.
A origem da festa vem de um rito pagão em homenagem à fertilidade da terra transformado em celebração católica. São João sempre esteve cercado por essa dupla natureza da fogueira - sagrada e profana, pecado e purificação.
Se você é adepto do candomblé, a explicação pode estar em Xangô. Para quem não sabe, este foi o orixá escolhido como equivalente a São João no processo de sincretismo que levou os cultos afro-brasileiros a adotar referências católicas em suas práticas, ainda no Brasil Colônia. São João, Xangô menino, a entidade do elemento fogo. "Em 23 de junho, os terreiros da Bahia fazem festa para ele. Seus filhos comandam um ritual chamado ajerê: em transe após receber o santo, botam na cabeça uma panela cheia de brasa ou óleo fervente, e com ela dançam atravessando a roda sem se queimar", explica Muniz Sodré, professor da UFRJ e presidente da Biblioteca Nacional. Outra prática comum é caminharem descalços sobre as cinzas incandescentes da fogueira. Para completar, os participantes servem-se de iguarias como bolos e canjica.
Igual mas diferente? Essa contradição não é problema para o São João brasileiro. A festa parece capaz de incorporar as mais variadas referências de nossa miscigenada cultura.
No Pantanal sul-matogrossense, a mistura de povos típica da fronteira deu origem a manifestações juninas bastante peculiares. Esqueça a quadrilha e o forró. Tente imaginar uma dança chamada cururu, de origem guarani. O que se aprende com a natureza pantaneira é o ritmo das cheias (dezembro a junho) e vazantes (junho a dezembro). Nada mais natural para o São João local do que a substituição do fogo pela água.
Autor de tese de doutorado sobre o assunto, João Carlos de Souza, professor da Universidade Federal da Grande Dourados, atribui os banhos de São João - até hoje praticados nacidade - a uma tradição dos povos árabes, via colonização portuguesa. E lembra que o simbolismo da água há tempos está presente nas lendas em torno do profeta João. Não só pelos batismos que realizava no Rio Jordão.
Nas margens do Rio Paraguai, religião e festa profana também convivem em harmonia. "O fogo e a água são símbolos usuais de purificação, de modo que é plausível afirmar que o significado da festa era a renovação e a regeneração, e também a fertilidade, pois existiam rituais para adivinhar se a próxima colheita seria boa ou se uma determinada moça se casaria no ano seguinte".
E nem só de intenções matrimoniais vivem as simpatias e adivinhações juninas. Alguns conhecem uma simpatia que é assim: sob a luz da fogueira, olhar para dentro de uma bacia com água e tentar ver seu reflexo. Quando o reflexo surgia, significava que a pessoa ia permanecer viva até o ano seguinte.
O tradicional casamento na roça, para muitos mera brincadeira, acredite, também já foi prá valer. "Na região entre Piauí e Goiás, o casamento na fogueira de São João constituía, pelo menos até 1912, um sacramento. A razão era simples: em localidades isoladas, sem a presença de sacerdotes, o jeito era realizar a cerimônia em torno da fogueira, nos dias do santo, com direito aos noivos, padrinhos, parentes e convidados. A união, considerada válida pelos fiéis, era abençoada quando um religioso passava pelo local.
Entre tradições e renovações, São João segue firme e forte. Há quem torça o nariz para os palcos de superprodução onde se revezam dezenas de grupos de neoforró e outras músicas modernas - atrações que arrebanham os famosos dois milhões de Campina Grande. "A tradição é sempre inventada, assim como os processos de construção identitária dos grupos sociais são um constante fazer e desfazer", diz Valdir Morigi, da UFRGS.

terça-feira, 10 de maio de 2011

13 de maio: escravistas continuam atuantes.


                    No dia 13 de maio de 2011 completam-se 123 anos da assinatura da Lei Áurea, que tornou ilegal a escravidão no Brasil. As elites escravocratas tornaram essa data oficial, comemorada como o dia da "libertação" dos escravos.
                    Conscientes da farsa e da manipulação da história para impor ao país a ideia de uma "democracia racial" que nunca existiu, o movimento negro, na década de 1970, a partir da sugestão do poeta Oliveira Silveira, elegeu o 20 de novembro como sua principal data, em alusão à morte do grande general Zumbi de Palmares. Concomitantemente, em nome de todos os negros brasileiros, o 13 de maio foi renomeado como "Dia Nacional de Denúncia contra a Discriminação Racial".
                    Como resultado da incansável luta dos descendentes de milhões de africanos sequestrados e escravizados, ocorreram conquistas significativas no combate à discriminação e a marginalização à que foram vítimas daquela data até os dias de hoje. Homens e mulheres negras ocupam inúmeros empregos com boa remuneração, em que pese todos os empecilhos colocados pelo racismo estrutural da nossa sociedade. Estamos nas universidades, no Poder Judiciário, no Legislativo e no Executivo e dirigimos importantes organizações sociais.
                    Importantes atos simbólicos como a nomeação de ministros e ministras negros e o pedido de desculpas, em território africano, pelos crimes de lesa-humanidade que o Estado e as elites brasileiras praticaram contra os africanos se somaram a iniciativas concretas que impactaram a vida de milhões de famílias negras.
                    A criação da SEPPIR - Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, o estabelecimento de uma série de políticas afirmativas, o reconhecimento e titulação das comunidades remascentes de quilombos, a promulgação da Lei 10.639 - passando a incluir a história da África e dos negros no Brasil nos currículos escolares são alguns exemplos.
                    Esse conjunto de conquistas, entretanto, é absolutamente insuficiente e está a anos luz de compensar os três séculos de trabalho escravo e mais de cem anos de discriminação e exclusão social. Muito ainda precisa ser conquistado para que possamos afirmar que negros e brancos têm oportunidades e são tratados de maneira igualitária em nosso país.
                    Esse comportamento hipócrita das elites por si só reforça a antiga tese de que no Brasil a questão de raça e classe devem caminhar juntas, pois a totalidade da elite exploradora - tanto no escravismo como no capitalismo - é branca e a significativa maioria da classe trabalhadora é composta por negros e mestiços.
                    Nada mais natural, portanto, que a CUT nesse 13 de maio venha se somar a luta contra a discriminação racial e, ombreando-se com o movimento negro, com as centrais sindicais e movimentos sociais, alerte para o perigo de retrocesso e encampe todas as lutas contra o racismo, sem o que jamais teremos a verdadeira emancipação do nosso povo.
                    Pela aprovação da versão original do Estatuto da Igualdade Racial!
                    Pela aprovação da constitucionalidade e justiça da política de cotas!
                    Por uma sociedade sem racismo!
                   Nada mais natural, portanto, que venhamos todos - movimentos sociais, sindicalistas, educadores,... - somar a luta contra discriminação racial - para que conquistemos verdadeiramente a emancipação do nosso povo.




Ancestralidade.


Ancestralidade
 (de Birago Diop)

Ouça no vento
O soluço do arbusto
É o sopro dos antepassados...
Nossos mortos não partiram
Estão na densa sombra...
Os mortos não estão sob a terra
Estão na árvore que se agita,
Na madeira que geme,
Estão na água que flui,
Na água que dorme.
Estão na cabana, na multidão
Os mortos não morreram...
Nossos mortos não partiram
Estão no ventre da mulher,
No vagido do bebê e
no tronco que queima
Os mortosnão estão sob a terra.
Estão no fogo que se apaga,
Nas plantas que choram,
Na rocha que geme
Estão na floresta
Estão na casa
Nossos mortos não morreram.

(Memorial dos Lanceiros Negros - 14/11/2004 - Encontra-se no cerro dos Porongos)

domingo, 10 de abril de 2011

Pinturas corporais Pataxó.

          A pintura corporal é um bem cultural de grande valor para os povos indígenas, especialmente os Pataxós. Elas são parte da história desta etnia e representam sentimentos do cotidiano, os bens e o sagrado. São usadas em festas tradicionais da aldeia como os ritos de casamentos, nascimento e morte, comemorações do dia do índio e no dia-a-dia em apresentações de dança. Há pinturas para o rosto, braços, costas e pernas, assim como tamanho, significado e momento certo para usá-las, que devem ser conhecidos pela pessoa que a está usando. Homens e mulheres casadas usam pinturas simples para não chamar muito a atenção, enquanto que os solteiros e solteiras usam pinturas e artefatos que chamem bastante a atenção, com a intenção de seduzir a pessoa do sexo oposto.
          Os materiais usados para fazer estas pinturas são: jenipapo, urucum, carvão, barro-vermelho e branco.
          Nas pinturas corporais dos índios Pataxó, são usadas as cores vermelha, preta e branca.
- VERMELHA: é usada para a guerra;
- PRETA: usada no luto de parente;
- BRANCA: significa paz.
          O corpo é pintado com urucum para as festas, lutas, trabalhos e retomadas das terras. Já a pintura com jenipapo é usada quando vão dançar o Awê e nas batalhas. Nas pinturas femininas não fazem parte os símbolos das aldeias pois as mulheres são símbolos de origem da vida.
          Para os Pataxó, em cada tipo de linguagem há um espírito, cada coisa que fazem é uma homenagem a eles. Tudo o que fazem envolve muito respeito pois TUDO NA VIDA DELES É SAGRADO.
 (Texto adaptado por Staël Soraya)

terça-feira, 29 de março de 2011

Vem aí 19 de abril: Dia do Índio.

"As leis 10.639/2003 e a lei 11.645/2008 que estabelecem o ensino da História da África, da cultura Afrobrasileira e dos povos indígenas, respectivamente, nos sistemas de ensino de nosso país, são Leis afirmativas que reconhecem a escola como lugar da formação de cidadãos e afirmam a relevância de a escola promover a necessária valorização das matrizes culturais que fizeram de nosso Brasil um país rico, múltiplo e plural que somos".
(Plano Nacional de Implementação das Diretrizes Nacionais para Educação das relações Étnico-Raciais)

Povos indígenas do Rio Grande do Sul: alguns aspectos históricos e contemporâneos.

          Nos séculos XVII E XVIII grande parte do território gaúcho era de domínio espanhol e neles foram instaladas missões de jesuítas da Companhia de Jesus que estudaram e documentaram fartamente a língua Guarani desde 1625. Nestas missões os Guaranis atingiram um alto grau de desenvolvimento, mas tornaram-se presas para os bandeirantes paulistas e, posteriormente, fazendeiros paraguaios.
          Com a destruição das missões os índios capturados foram levados como escravos pelos bandeirantes (Séc XVII), outros foram levados como mão-de-obra escrava de fazendeiros paraguaios (XVIII), que ocuparam a terra com a extração de erva-mate. Os que não foram capturados fugiram para as matas, juntaram-se a grupos que haviam permanecidos independentes ou foram para o Paraguai e norte da Argentina.
          Na época do descobrimento do Rio Grande do Sul, os Guaranis incluíam as tribos Patos, Tapes, Cainguás, Carijós, Arachanes.
          A língua Guarani, atualmente, é conhecida como língua oficial da Bolívia e Paraguai, juntamente com a espanhola. No Brasil, há tribos Guranis, em estados como Espírito Santo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
          No Rio Grande do Sul existem aproximadamente 15.000 índios que ocupam 0,3% do território gaúcho, enquanto que a média nacional é de 12%, o que é pouco para um povo que carrega em sua história uma relação material e espiritual com a terra e recentemente vislumbraram a possibilidade de deixarem os acampamentos em beira de estradas.
          Já os Caingangues (Kaingangs) vivem em locais com 400 até 4.300 habitantes em diferentes áreas. Só na reserva da Guarita 4.300 índios em uma área que se estende por três municípios. Neste local, em 2001 morreram 14 crianças devido a má alimentação; também neste local as denúncias vão desde abuso de comerciantes com dívidas dos índios até a prostituição de meninas.
          Os Kaingangs, ou gês, possivelmente são os mais antigos habitantes da banda oriental do rio Uruguai ("kaa"=mato; "ingang"=morador).
          Os pampeanos constituíram um conjunto de tribos que ocupavam o sul e o sudoeste do nosso estado, os subgrupos e tribos mais conhecidos entre eles foram os charruas, guenoas, minuanos, chanás, iarós e mbohanes. Todos falavam a língua guíchua, com poucas variações dialetais.

(Texto adaptado por: Staël Soraya da Rosa)

Índios: Curiosidades...

* Você sabia...
   Alguns índios falam línguas muito diferentes do português. Muitas palavras do nosso vocabulário vieram deles. Quer ver só? Pipoca, canjica, mingau, abacaxi, pitanga, jabuticaba, jabuti, arara, perereca, tatu, Araraquara, Sorocaba, Paraíba, Manaus, Paraná, Pernambuco, Curitiba, mandacaru, peteca, araponga, caipora (caipira), capoeira, catapora...

* Você sabia...
   Você é uma pessoa cheia de nhenhenhém? Saiba que essa palavra vem do tupi e quer dizer conversa jogada fora, ou seja, blablablá.

* Você sabia...
   Os Yanomâmis são uma das maiores nações indígenas do mundo e se dividem em grupos com línguas diferentes. Estão no Amazonas, em Roraima e na Venezuela. Em suas aldeias, há uma grande casa redonda em que todos vivem juntos. Lá dentro, cada família tem seu lugar para acender sua fogueira e estender suas redes.

* Você sabia...
   As meninas carajás são separadas da família quando se tornam adolescentes. Elas ficam trancadas em um quarto da casa. Durante três meses, elas não podem conversar com ninguém enquanto aprendem a construir cestos, fazer comida e pintar corpos. Depois uma grande festa cheia de máscaras serve para apresentá-las para a aldeia. As indiazinhas já se tornaram mulheres e podem se casar.

Índio: Leituras indicadas.

1. Coisa de Índio
    AUTOR: Daniel Munduruku
    EDITORA: Callis
   *Um livro para pesquisa, com linguagem acessível e muito atraente, capaz de fazem com que o leitor compreenda toda a riqueza e diversidade da cultura dos nossos índios.

2. Irakisu, o Menino Criador
    AUTOR: Renê Kithãulu
    ILUSTRAÇÕES: do autor e de crianças Nambikwara
    EDITORA: Fundação Peirópolis
    * Renê Kithãulu, índio da tribo Nambikwara, conta histórias do seu povo. As ilustrações foram feitas por ele e por crianças da aldeia.

3. O Guarani
    ADAPTAÇÃO: Edy Lima
    ILUSTRAÇÕES: Ricardo Costa
    EDITORA: Scipione
    * A escritora Edy Lima reconta, neste livro, a história de paixão entre o índio Peri e sua bela princesa Ceci e da ganância de um grupo de bandeirantes em busca de pratarias e poder. A trama original foi escrita pelo grande José de Alencar, no século 19, com linguagem própria daquela época antiga e palavras e expressões que não são comuns nos dias de hoje. O texto de Edy Lima faz uma bela adaptação da história em linguagem atual.

4. CD - Memória Viva Guarani
    * A cultura dos índios guaranis é cantada por crianças de três aldeias.

Declaração Solene dos Povos Indígenas do Mundo.

Nós, povos indígenas do mundo, unidos numa grande Assembléia de Homens Sábios, declaramos a todas as nações:
*Quando a terra-mãe era nosso alimento
*Quando a noite escura formava nosso teto,
*Quando o céu e a lua eram nossos pais,
*Quando éramos irmãos e irmãs,
*Quando nossos caciques e anciãos eram grandes líderes,
*Quando a justiça dirigia a lei e sua execução,
*Aí outras civilazões chegaram!
*Com fome de sangue, de ouro, de terra e de todas as suas riquezas, trazendo numa mão a cruz e na outra a espada, sem conhecer ou querer aprender os costumes de nossos povos, nos classificaram abaixo dos Animais, roubaram nossas terras e nos levaram para longe delas,
*Transformando em escravos os "filhos do sol".
*Entretanto não puderam nos eliminar;
*Nem nos fazer esquecer o que somos,
*Porque somos a cultura da terra e do céu, somos de uma
*Ascendência milenar e somos milhões,
*E mesmo que nosso universo inteiro seja destruído,
*NÓS VIVEREMOS
*Por mais tempo que o império da morte!

(Port Alberni, 1975 -  Conselho Mundial dos povos Indígenas)

Sugestões de Atividades para o Dia do Índio.

1) Roda de conversa:
- "O que é" o Índio? (trabalhar o conceito de cidadania, se ele é "gente" então devemos usar: "Quem é o Índio"? A partir das respostas induzir outras questões que possam levantar: onde vive, como se veste, qual é seu trabalho, porque se pinta, o que come, como são as crianças, quais são as brincadeiras, se estudam, como tratam as doenças, etc. Não interferir nas respostas, apenas administrar eventuais conflitos. Anotar todas as impressões das crianças sobre a cultura indígena em uma cartolina e fixar em local visível. 

2) Atividade 1: Recortar e colar.
- Levar imagens que possam representar as respostas à essas questões e pedir para que montem painéis que representem cada uma delas. Comparar as impressões anotadas com as representações fotográficas.

3) Atividade 2: Circuito de habilidades motoras.
- Conversa inicial: "Considerando que a maioria dos índios vive na mata/floresta. O que podemos encontrar por lá"?
- Montar um circuito de habilidades com elementos que representem a floresta.

4) Outras sugestões de atividades:
1. Calcular a proporção habitante/área;
2. Identificar causas e consequências dos atuais problemas sociais dos povos indígenas;
3. Identificar causas e consequências dos problemas de saúde destes povos;
4. Pesquisar nome e atribuições das instituições que estão encarregadas de defender os interesses e promover políticas de ações afirmativas dos indígenas de nosso país;
5. Pesquisar quais são as políticas de ações afirmativas para os índios, no governo federal, estadual e municipal;
6. Localizar no mapa as áreas ocupadas e hidrografia destas regiões, relacionando com a importância deste meio ambiente para a melhoria da qualidade de vida desses povos;
7. Ler, compreender, interpretar e extrapolar idéias dos textos;
8. Criar artesanato com inspiração indígena;
9. Ouvir músicas que abordem o tema "índio";
10. Pesquisar a origem e significado do ritual "Kuarup";
11. Criar músicas, cantar e dançar inspirando-se nas manifestações indígenas;
12. Construir "peteca", brinquedo indígena;
13. Pesquisar a religiosidade dos povos indígenas;
14. Identificar os valores desses povos nos textos lidos.

Brincadeiras de índio.

a) Brincadeira 1:
- O jogo começa quando o gavião grita Piu, para avisar que tem fome. O primeiro da fila pergunta: Você quer isso?, e mostra a perna. O gavião olha, diz que não e passa para o próximo.
- Depois de passar por todos, quando o último da fila disser Você quer isso?, o gavião responde que sim.
- Ele se solta do grupo e o gavião sai correndo atrás. Sem soltar as mãos, o grupo tem de carcar o pássaro. Se ele conseguir pegar o participante que escolheu, leva para o seu ninho e a brincadeira continua até que todos sejam pegos. Se ele for cercado, o primeiro jogador da fila será o novo gavião e o jogo começa de novo.

b) Brincadeira 2:
- Esta é uma brincadeira comum entre os índios bororos que vivem no Mato Grosso. Em vez de se arrastar como uma sucuri, os participantes pulam em uma perna só.
- Os participantes fazem um rastro cheio de curvas no chão. Se for em uma quadra, podem usar giz.
- Agora todos tentam seguir o traçado pulando numa perna só, um atrás do outro. Não vale pisar fora da linha.

terça-feira, 22 de março de 2011

22 de Março: Dia Internacional de Luta Pela Eliminação da Discriminação Racial.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Propaganda: até onde vai o seu racismo?

quarta-feira, 16 de março de 2011

Projetos e Atividades.

Brasil em preto e branco: o jogo das diferenças raciais.

          É fato que o negro africano contribuiu para o desenvolvimento populacional e econômico de diversos Estados, como também é verdade que os africanos espalharam-se por todo o território brasileiro e que sua presença projetou-se em toda a formação humana e cultural do Brasil.
          Vale também observar que, segundo a Constituição Brasileira, qualquer pessoa que se sinta humilhada, desprezada, discriminada por sua cor de pele, religião, orientação sexual pode recorrer a um processo judicial, o que nem sempre acontece porque boa parte das pessoas tem dificuldade em enfrentar problemas.
          Ao participar desse projeto, os alunos perceberam que é legítimo exigir respeito aos seus direitos, descoberta possível graças à exaustiva pesquisa realizada na Internet.

**Duração do projeto: - Ano letivo.
**Objetivos:
- Desenvolver o espírito crítico em relação à discriminação.
- Compreender que a sociedade brasileira é formada por pessoas que possuem culturas diversificadas.
-Valorizar a história dos povos africanos.
-Relatar a violência e as formas de resistência negra.
-Pesquisar a influência da cultura africana no seu Estado: modas, comidas, línguas, religiões.
-Analisar o sistema de cotas, a mídia, o trabalho.

**Portais e ferramentas da Internet utilizados:
- Brasil Escola
-Wikipedia
-Espaço Acadêmico
-História Net
-Brasil Cultura

**Demais recursos utilizados na sala de informática:
- Data show, rádio, retroprojetor.

**Conteúdos trabalhados:
- Desmitificar falsas idéias sobre a escravidão.

**Metodologia
-ANTES: Ao ser anunciado o projeto, os alunos tiveram o apoio dos professores, que indicaram sites e textos teóricos. Surgiram ideias ligadas a teatro, à confecção de máscaras em argila e gesso, à fabricação de maquetes e cartazes.
-DURANTE: Na realização do projeto, as atividades desenvolvidas pelos alunos foram de acordo com a disciplina e a indicação dos professores: dança típica africana, demonstração de capoeira, apresentação de slides sobre racismo e preconceito, explicação do período do Brasil Colônia (maquetes), imagens sobre as religiões africanas e sua influência no Brasil de hoje, degustação de comidas típicas da cultura africana.
-DEPOIS: Os alunos tiveram a oportunidade de conhecer melhor a história do negro no Brasil, uma vez que os livros didáticos não contemplam muito esse assunto. A pesquisa realizada na Internet foi rica em informações, índices e relatos, que despertaram a curiosidade dos alunos.

**Produtos: Os alunos confeccionaram maquetes sobre o início da escravidão no Brasil, o tráfico negreiro e a influência negra hoje no Brasil. Os alunos também produziram textos relacionados ao tema pesquisado.

(Por Geisla Flaida de Mello)
FONTE: http//www.educarede.org.br/educa/index.cfm?pg=internet_e_cia.informatica_principal&id_inf_escola=698


terça-feira, 15 de março de 2011

Folder do encontro do dia 21 de março de 2011.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Diversidade Étnico-Cultural.

História e Cultura Afro-Brasileira e Africana nos currículos da Educação Básica.

          A obrigatoriedade de inclusão de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana nos currículos da Educação Básica trata-se de decisão política, com fortes repercussões pedagógicas, inclusive na formação de professores. Com esta medida, reconhece-se que, além de garantir vagas para negros nos bancos escolares, é preciso valorizar devidamente a história e cultura de seu povo, buscando reparar danos, que se repetem há cinco séculos, à sua identidade e a seus direitos. A relevância do estudo de temas decorrentes da história e cultura afro-brasileira e africana não se restringe à população negra, ao contrário, diz respeito a todos os brasileiros, uma vez que devem educar-se enquanto cidadãos atuantes no seio de uma sociedade multicultural e pluriétnica, capazes de construir uma nação democrática.
          A autonomia dos estabelecimentos de ensino para compor os projetos pedagógicos, no cumprimento do exigido pelo Art. 26 da lei 9.394/1996, permite que se valham da colaboração das comunidades a que a escola serve, do apoio direto ou indireto de estudiosos e do Movimento Negro, com os quais estabelecerão canais de comunicação, encontrarão formas próprias de incluir vivências  promovidas pela escola, inclusive em conteúdos de disciplinas, as temáticas em questão. Caberá, aos sistemas de ensino, às mantenedoras, à coordenação pedagógica dos estabelecimentos de ensino, e aos professores, com base neste parecer, estabelecer conteúdos de ensino, unidades de estudos, projetos e programas, abrangendo os diferentes componentes curriculares. Caberá, aos administradores dos sistemas de ensino e das mantenedoras prover as escolas, seus professores e alunos de material bibliográfico e de outros materiais didáticos, além de acompanhar os trabalhos desenvolvidos, a fim de evitar que questões tão complexas, muito pouco tratadas, tanto na formação inicial como continuada de professores, sejam abordadas de maneira resumida, incompleta, com erros.
          Em outras palavras, aos estabelecimentos de ensino está sendo atribuída responsabilidade de acabar com o modo falso e reduzido de tratar a contribuição dos africanos escravizados e de seus descendentes para a construção da nação brasileira; de fiscalizar para que, no seu interior, os alunos negros deixem de sofrer os primeiros e continuados atos de racismo de que são vítimas. Sem dúvida, assumir estas responsabilidades implica compromisso com o entorno sociocultural da escola, da comunidade onde esta se encontra e a que serve compromisso com a formação de cidadãos atuantes e democráticos, capazes de compreender as relações sociais e decodificar palavras, fatos e situações a partir de diferentes perspectivas, de desempenhar-se em áreas de competências que lhes permitam continuar e aprofundar estudos em diferentes níveis.


quarta-feira, 9 de março de 2011

Apresentação feita por aluno da E.E.E.M. Uruguaiana.

Diversidade Étnico-racial.


          "O Brasil é a segunda maior nação negra do mundo. Nossos milhões de negros e negras estão cada vez mais conscientes e orgulhosos de suas origens. No entanto, sobre esta população ainda pesa a herança de três séculos e meio de escravidão e de um longo período de invisibilidade, que se traduz em preconceito, discriminação e exclusão social. Esta situação também atinge outros segmentos étnicos, como os povos indígenas e os ciganos". (Resoluções da 2ª CONAPIR/2009)
          Em função dessa realidade, o Governo Federal criou uma série de Políticas de Ações Afirmativas para assegurar a eficácia dos direitos de cidadania a todos os segmentos étnicos formadores da nacionalidade brasileira reconhecendo, dando visibilidade e legitimando seus patrimônios culturais.

POLÍTICAS DE AÇÕES AFIRMATIVAS

          É o conjunto de políticas públicas e privadas com vistas ao combate da discriminação de raça, gênero, entre outros, para corrigir os efeitos presentes da discriminação praticada no passado.

          "As condições de marginalidade e apartheid social em que vive grande parte da população brasileira recomendam políticas especiais... A pobreza no Brasil tem cor - é a cor negra... Se é verdade que nem todos os pobres são negros, é fato que a maioria dos negros são pobres.
          As cotas étnicas já subiu, nas escolas superiores, o percentual de alunos originários de comunidades afrodescendentes em aproximadamente 40%". (Tarso Genro - ZH, 30/04/05)

Propaganda contra o racismo.

Mulheres negras.

Na diferença é que somos tão completamente iguais.
















Se o outro é tão diferente
Tão distante do meu ser,
Tenho que reconhecer
A inversão permanente
Pois em meio a tanta gente
Com o que cada um já traz
Não se igualam jamais
Sequer nos seus cromossomos
Na diferença é que somos tão completamente iguais
Sou, daquele, diferente
E ele igualzinho a mim
Do começo, meio e fim,
Difere radicalmente
E me acha totalmente
Diferente até demais
São opiniões reai
Até do que nos propomos
Na diferença é que somos tão completamente iguais
Sou do outro diferente
Como este outro é prá mim,
Como a rosa é pro jasmim,
Como a neve é pro sol quente,
Como a traseira é prá frente,
Como o conflito é pra paz,
Como os plebeus, pros reais,
Como a laranja é pros gomos,
Na diferença é que somos tão
completamente iguais.

               AUTORIA: Merlânio Maia.

terça-feira, 8 de março de 2011

Vídeo da ONG "Meu sonho não tem fim".

Diversidade e Identidade.


          A diversidade e a formação da identidade dos sujeitos são temáticas em voga na sociedade contemporânea. Têm sido debatidos de maneira constantes por muitos educadores que se preocupam em encontrar estratégias pedagógicas eficientes para o trabalho educativo no cotidiano da sala de aula.
          O primeiro passo a ser dado está relacionado ao respeito aos agentes sociais, como indivíduos iguais em dignidade e direitos. Mas, para tanto, se faz necessário questionar os instrumentos e/ou mecanismos sociais e políticos, a propriedade como concentração de poder que efetivamente hierarquizam as pessoas "diferentes" em dominantes e dominados, superiores e inferiores.
          Sendo assim, reconhece-se também que a identidade do ser humano não nasce com o sujeito, portanto, não é nata ou simplesmente pré-determinada. Parafraseando Taylor, o respeito e a dignidade com que todo o ser humano deve ser reconhecido, levaem consideração as diversas formas de diferenciação que realmente existem entre os indivíduos e os grupos. Deve-se também centrar a atenção para que haja igualdade de oportunidades e acesso aos recursos, com ênfase maior, evidentemente, para os que se encontram em desvantagens, ou seja, para os que possuem mais necessidades.
          As sociedades contemporâneas são heterogêneas, compostas por inúmeras etnias, muitas delas em constantes conflitos, classes e identidades culturais diversificados. Essa "massa" humana globalizada é obrigada pelas circunstâncias a viver perenemente em contato, estabelecendo, assim, o multiculturalismo.
          Dentro desse contexto, interpretar quem somos enquanto coletividade e indivíduos, para obtermos o reconhecimento do qual todo o ser humano depende, é muito importante. Na ótica de Habermas "ninguém pode edificar a sua própria identidade independente das identificações que os outros fazem dele". Portanto, o reconhecimento pelos outros é uma necessidade humana.

Texto de Maria de Lurdes Mattos Dantas Barbosa.

(Texto completo em http://www.lurdes.prosaeverso.net/visualizar.php?idt=1274605)

segunda-feira, 7 de março de 2011

Filme "Meu nome é Rádio".

          No filme "Meu nome é Rádio", o autor denuncia antes de tudo a exclusão social que faz com que as pessoas que apresentam necessidades especiais fiquem à margem da sociedade e sejam vistas como alguém que tem uma doença contagiosa, ou que cometeu um crime hediondo ou ainda que não tem a menor importância e capacidade. Denúncia essa que usa como refúgio a base de uma história real, através do personagem RÁDIO, que a princípio é alguém rejeitado, apesar de aparentemente feliz. Logo a seguir faz-nos refletir sobre a necessidade do ser humano de viver em sociedade, de ter amizades e oportunidade de se desenvolver na convivência com seus semelhantes, apesar das diferenças, dificuldades e deficiências que todos temos.
          Mostra-nos também que através da compreensão, da ajuda, da amizade incondicional e da aceição as pessoas podem se tornar melhores e serão plenamente capazes de se desenvolverem.
        "Meu nome é Rádio" é um filme a que vale a pena assistir. Indicado para pais, jovens e educadores. É uma história sensível e edificante que tem a contribuição de excelentes atores, uma trilha sonora emocionante e envolvente; sem imagens fantásticas mas simples e marcantes; sem muitos efeitos especiais, pois a retratação de tão esplêndida e comovente realidade exige o destaque das coisas simples, porém verdadeiras. É um daqueles filmes a que você assiste  várias vezes e sempre aprende uma nova lição. Dá a certeza de que a convivência social saudável transforma-nos e que as nossas deficiências podem ser minimizadas quando aceitas pelos outros e por nós mesmos.
          Assista, abaixo, o trailler do filme.

sábado, 5 de março de 2011

Música "Areia Santa", Belô Velloso.

Homem de cor?